Toda a atividade humana envolve a utilização de algum material específico que captamos e transformamos para utilização prática ou simplesmente para nossa comunicação e expressão. Em contato com o natural, aprendemos a manejá-lo de acordo com nossas necessidades. Aquilo que a natureza nos oferece é chamado de “Matéria Prima”.
Um marceneiro deve conhecer as propriedades dos diferentes tipos de madeira para aproveitá-la da melhor forma possível. Um pintor, artístico ou não, precisa conhecer as propriedades das tintas e das superfícies nas quais serão aplicadas. Um escritor conhece à fundo a linguagem, letras, palavras, poéticas. Um bailarino precisa conhecer cada limite e possibilidade de seu próprio corpo. Um músico deve conhecer o som, todas suas características e possibilidades.
Para nós, fotógrafos, não é diferente. Precisamos conhecer profundamente nossa matéria prima para compreender como se comporta, quais seus limites e quais suas possibilidades, e apenas quando dominarmos nossa matéria prima, dominamos nossa criatividade. Nossa matéria prima? A Luz
Aplicada à fotografia, a luz possui três características principais:
- Quantidade
Também podemos nos referir à quantidade de luz como “intensidade” ou “brilho”. Nossos olhos se adaptam muito bem às diferenças entre as quantidades de luz. Por isso, muitas vezes acreditamos que nosso equipamento conseguirá captar a cena exatamente como a vemos e nos decepcionamos.
A quantidade de luz influencia diretamente na regulagem da exposição fotográfica, por isso, é sempre imprescindível configurar qualquer equipamento que esteja usando para a intensidade de illuminação da cena. Erros de configuração causam os fenômenos da sobrexposição e da subexposição. Sobrexposição significa que você captou luz demais enquanto subexposição significa que foi captada uma quantidade insuficiente, perdendo informação que deveria ser registrada.
- Qualidade
Calma, não se trata de luz boa ou ruim, mas sim da difusão com que a luz atinge um objeto. A qualidade da luz trata-se basicamente do tamanho da fonte de luz em referência à um objeto. Se uma fonte de luz é pequena, resulta em uma luz Dura, direta, com um alto contraste entre luz e sombra e cores saturadas. Ao contrário, uma ampla fonte de luz resulta em uma luz difusa ou suave, que se espalha igualmente e por todo o objeto, criando pouco contraste entre luz e sombra, cores mais amenas.
Não se engane, por maior que seja, o Sol é uma fonte de luz dura. Por estar à milhões de quilômetros, em referência a um objeto que está próximo, o Sol é muito menor que uma janela, por exemplo.
- Temperatura
A temperatura é uma característica que se aplica melhor à cor que à luz, porém, diferentes fontes de luz resultarão em diferentes cores que iluminam a fotografia como um todo e transformam o branco real, que nós observamos, em tons variando entre azulado e amarelado. Por isso, a maioria das câmeras compactas e todas as avançadas oferecem ajustes de “Balanço de Branco”.
Pergunte a qualquer fotógrafo, o balanço de branco é uma das propriedades mais complexas e desafiadoras para qualquer iniciante. Deixo registrado aqui que ainda não domino perfeitamente o conceito, por isso não nos aprofundaremos, ainda!
Mesmo sendo essas as principais características da Luz na fotografia, não são as únicas. É importante nos aprofundarmos no domínio de nossa matéria prima, pois assim podemos moldá-la, captá-la das melhores formas, dominando a luz e de acordo com a sua criatividade. Conheça TUDO sobre a Luz e saberá domá-la.
Portanto, lembra aquele livro sobre Física do seu colégio? Hora de tirar a poeira!
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